As Unidades de Apoio ao Alto Rendimento na Escola (UAARE) perseguem o nobre objetivo de conciliar, com sucesso, a atividade escolar com a prática desportiva de alunos-atletas do ensino básico e secundário que estejam enquadrados no regime de alto rendimento e integrados em seleções nacionais, assim como alunos-atletas com potencial de talento desportivo. Esse sucesso depende da articulação eficaz entre os agrupamentos de escolas, os encarregados de educação, as federações e seus agentes desportivas, os Municípios, entre muitos outros envolvidos.
Dando sequência à experiência adquirida e ao sucesso conseguido por este Programa no ensino básico e secundário, criou-se o projeto-piloto “UAARESuperior”, para replicar e adaptar este Programa, num quadro de autonomia das instituições de ensino superior, como Unidades de Apoio ao Alto Rendimento no Ensino Superior.
Pretendemos alargar a rede nacional destas unidades, mantendo a aposta nos próximos anos.
Estas medidas têm um impacto positivo e são muito relevantes para o desenvolvimento do desporto português.
Pedro Duarte, Ministro dos Assuntos Parlamentares
Ao longo dos tempos, considerou-se que um atleta é a conjugação de “esforço” e “excelência” na ambição de superar limites. A capacidade física e a robustez psicológica sempre se relevaram como suportes imprescindíveis às qualidades atléticas, patentes na perseverança e na intrepidez dos praticantes. A estes atributos soma-se, atualmente, um requisito para a mestria: o exercício pleno do direito-dever à Educação.
Efetivamente, a aspiração da nova geração de alunos-atletas subiu a fasquia no que diz respeito às suas expetativas de vida. Os jovens passaram a privilegiar a procura de equilíbrio entre a prática desportiva e o cumprimento da escolaridade obrigatória, pelo que deve ser garantida a conciliação e a integração destes legítimos interesses. Entre competições, estágios, provas e as rotinas diárias de treino, aos jovens atletas recai o desafio de abraçar a escola com a mesma exigência que colocam na prática desportiva, ultrapassando limites desde já altamente laboriosos. Perante esta demanda, a Escola tratou, igualmente, de elevar a fasquia dos seus próprios desafios para que a inclusão fizesse parte do quotidiano de todos os alunos.
As prementes necessidades dos alunos-atletas foram respondidas, inicialmente, a partir de uma experiência localizada, tendo-se expandido para uma realidade nacional, materializada nas Unidades de Apoio ao Alto Rendimento na Escola (UAARE), no ativo desde 2016. Vinte cinco estabelecimentos de ensino integram presentemente este projeto-piloto, inovador e internacionalmente reconhecido, apoiando mais de 1 200 alunos, numa concreta e profícua articulação entre escola, encarregados de educação, agentes desportivos e restante comunidade educativa. Trata-se, desde já, de uma equipa vencedora que veio dar novo sentido ao sucesso escolar e competitivo, bem como ao bem-estar físico e psíquico dos alunos-atletas. Os principais indicadores dão exatamente conta deste caminho evolutivo, quer no número crescente de alunos, modalidades e unidades orgânicas, quer, em particular, no desempenho académico global, que se situa acima dos 90% de sucesso.
As UAARE vieram, de facto, para ganhar e esta corrida de fundo pelo sucesso e pela inclusão é prova disso. Deste modo, cabe à Educação contribuir para a auspiciosa maratona da vida destes jovens heróis, tendo como ponto de partida a Escola, e como ponto de chegada as suas aspirações e potencialidades. E mais além.
Pedro Cunha, Secretário de Estado da Administração e Inovação Educativa